1.04.2010

A culpa é de quem?

A sociedade humana vem rumando em direção ao seu fim: o notório e acentuado agravamento dos problemas sociais decorrentes do enorme acúmulo de renda que o sistema vigente trás em seu bojo é o mais claro sinal de que tudo está errado. A maioria de nossos semelhantes, vive sem quaisquer condições dignas de existência. Falta comida e educação, saúde e lazer. Criou-se um ciclo vicioso de miséria. Cerca de 2 bilhões de seres humanos vivem na miséria. É irrestrita a ciência de tal fato, todos sabem. Os homens de bem são contra, mais nada fazem. preocupam-se em atribuir culpa à governos ou estados. Porém não é assim: a culpa é de todo e qualquer integrante do grande grupo chamado humanidade.

Isso porque o ser humano é um animal essencialmente político, isto é, vive em relação com os demais. Vive em sociedade, termo que, segundo sua definição sociológica é o conjunto de indivíduos permanentemente associados e equipados de padrões culturais comuns, próprios para garantir a continuidade do todo e a realização de seus ideais. Somos todos responsáveis uns pelos outros, somos um só organismo com diversas céuluas. O que cada um de nós faz é determinante do que ocorrerá com os demais. Pela ação ou omissão, somos responsáveis pelos nossos.

A responsabilidade pela ação é evidente: existem alguns que agem para piorar o mundo, são exemplos destes, os maus políticos, os homens que passam por cima de tudo e de todos paravencer, os patrões que exploram mais do que é aceito as energias seus empregados, e tantos outros que agravam com suas vidas os problemas da humanidade.

Quanto à responsabilidade por omissão, é também simples a compreensão: uma vez que somos um organismo composto por bilhões de células interligadas entre si, temos o poder de mudar tudo que está errado. Se a escola pública é ruim, e não dá oportunidades para que os jovens venham a se tornar grandes homens, a culpa é de todo aquele que nada faz para mudar essa situação. Se a violência nos assombra, a culpa é de quem não cobra do governo uma solução. Se há corrupção, a culpa é de quem não sai às ruas pedindo cadeia ao criminoso. Em última instância, é sempre culpa de todos, os problemas que ocorrem mundo à fora.

Haverá quem, em defesa própria e alheia, alegue impotência, ante a situação. Ocorre que se dizer impotente é mais fácil do que ter coragem de agir. E só através da ação é que há mudança. Dirão ainda, que uma gota d’água não faz tempestade, ou, sem uso de metáforas, que nada pode um indivíduo contra toda uma sociedade. É outra forma de autojustificação, comodismo. E neste caso, nada como exemplificar: Che Guevara, Nelson Mandela, Mahatma Ghandi, Martin Luther King, Zilda Arns e tantos outros que viveram em plenitude aquilo em que acreditaram, e não tiveram medo de lutar pelo que há de certo mudaram o mundo.

Só com a compreensão da parcela de responsabilidade que todos temos nas atrocidades que ocorrem mundo à fora, e com a necessária ação no sentido de corrigir tais problemas, os quais todos são capazes de ver, é que haverá a tão sonhada paz entre os homens.

"Seja a diferença que você quer ver no mundo" (Mahatma Gandhi)


"Se tremes de indignação perante qualquer injustiça, esteja onde for, somos companheiros" (Che Guevara)